Futebol: Um Dragão que arrebata

Acelerações, combinações dinâmicas, pujança. A diferença do marcador final reflecte parte da superioridade do FC Porto. Mas apenas parte. O Dragão chegou a ser demolidor, teve uma sequência de minutos cósmica e encantou. Os três pontos estariam sempre garantidos, mas há mais para contar para lá do triunfo. E muito mais é futebol. Do melhor que se tem visto.
Tudo começou em Hulk. Logo aos dois minutos. O brasileiro recebeu no peito, driblou um defesa em espaço reduzido e rematou para golo. Diego cancelou o grande golo, com a mesma mão com que, pouco depois, desviou a cabeçada de Raul Meireles.
O Dragão embalava. Fortíssimo. A mobilidade confundia, os traços saíam indecifráveis. E a perfeição chegava logo na primeira explosão. Bruno Alves lançou Hulk, o «incrível» abriu as pernas ao percurso da bola, Álvaro Pereira galgou terreno e cruzou tenso. Raul Meireles surgiu para nova simulação, Varela disparou de pé esquerdo. Grande golo, momento sublime.
Este era um êxtase que não confundia. Sempre a abrir pela esquerda, Álvaro Pereira trocou os olhos a Laranjeiro e sofreu um toque por trás. Grande penalidade, focos para Hulk, vantagem dobrada. Mas o Dragão queria mais, sempre mais, muito mais. E Álvaro Pereira insistia. Novo cruzamento, grande defesa de Diego a tiro de Meireles e Rolando, mais rápido e certeiro, a festejar o terceiro.
E a primeira parte não terminaria sem Falcao confirmar a tendência: quatro jornadas, quatro golos. Com Hulk a acreditar num lance aparentemente perdido e o colombiano a sentar toda a gente que lhe surgiu pela frente antes de «endossar» o couro à rede.
O FC Porto abrandaria na segunda metade. Naturalmente, que há jogo da «Champions» na terça-feira e a exigência não consente extravagâncias. O Leixões aproveitaria para encurtar distâncias, mas apenas isso. A produção azul e branca tinha sido incrivelmente superior. E arrebatadora.

FICHA DO JOGO

Liga 2009/10 (4ª jornada, 12 de Setembro de 2009)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 38.117 espectadores
Árbitro: Vasco Santos (Porto)
Assistentes: Alexandre Freitas e Paulo Vieira
4º árbitro: João Lamares

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Álvaro Pereira; Fernando, Belluschi e Raul Meireles; Hulk, Falcao e Varela
Substituições: Álvaro Pereira por Tomás Costa (46m), Raul Meireles por Valeri (54m) e Varela por Farías (73m)
Não utilizados: Nuno, Rodríguez, Mariano e Maicon
Treinador: Jesualdo Ferreira

LEIXÕES: Diego; Laranjeiro, Nuno Silva «cap.», Tucker e Benítez; Fernando Alexandre, Wénio e Hugo Morais; Zé Manel, Faioli e Tiago Cintra
Substituições: Zé Manel por Cauê (46m), Hugo Morais por Leo (54m) e Faioli por Pouga (64m)
Não utilizados: Berger, Joel, Vinh e Trombetta
Treinador: José Mota

Ao intervalo: 4-0
Marcadores: Varela (20m), Hulk (23m, g.p.), Rolando (32m), Falcao (41m) e Pouga (76m)
Disciplina: Cartão amarelo a Laranjeiro (22m), Hugo Morais (23m), Fernando (29m) e Faioli (52m)

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