Futebol: Metade dos reforços já rendem

Os quase vinte milhões de euros que o FC Porto investiu no mercado de Verão já rendem substancialmente. E, mais importante ainda, metade dessa aplicação em dez jogadores já reluz duplamente, com cinco dos reforços já bem instalados na equipa principal.
Lucrando nas operações de mercado a soma astronómica de 45,9 milhões de euros (mais do quádruplo da facturação de todas as restantes formações da Liga!), o FC Porto, perdendo uma vez mais unidades nucleares, terá feito, esta época, a melhor colheita de reforços. Mais critério na escolha, critério financeiro muito mais apertado, divisão racional de viveiros, com a reabertura das portas a quatro portugueses, o plantel é visto, consensualmente, como muito mais equilibrado, como muito mais harmonioso, como muito mais... competitivo. Ainda mais competitivo no plano interno, é esse o ponto de pormenor!
Dois meses depois do arranque, há já claramente uma linha de escolhas e promoções que deixam as coisas num plano curiosamente equilibrado: dos dez reforços, cinco já contribuíram largamente para o grande arranque do Dragão (uma Supertaça e sete pontos em nove, na Liga Sagres); e outros cinco a zero, absolutamente a zero, em jogos oficiais.
Claro que, perdendo pelo menos três figuras de referência (Lucho, Lisandro e Cissokho), a corrida ao onze tinha pelo menos três medalhas de ouro em jogo. Álvaro Pereira, Belluschi e Falcao impuseram-se de forma meteórica, e Varela, um sensacional custo-zero, provou com incrível facilidade poder cortar a direito pelos caminhos mais íngremes. Do quinteto utilizado ou muito utilizado em jogos oficiais, apenas Valeri tem uma percentagem de utilização muito baixa em relação ao que se esperava face às primeiras indicações: Jesualdo conseguiu manter em equilíbrio instável o médio Raul Meireles, que entrou na temporada em rendimento inferior, com mais jogos que treinos, num contraditório que parecia ideal para Valeri se impor.
Mas não. Raul Meireles segurou-se, mesmo sem fumo a sair das chuteiras. Mas tem o argentino à perna, o que se poderá rever ou verificar no regresso das selecções, porque Valeri ficou no Dragão a acumular conhecimentos da realidade portista e Raul Meireles, em má condição, nem assim foi poupado por Carlos Queirós para a dupla operação 'viver ou morrer no Norte da Europa'.
O facto é que Diego Valeri pode ser o jogador que melhor aproveite a perspectiva de revisões na ordem natural das coisas, entre os dragões. Dos reforços é um dos mais famosos e de consistência de carreira, com 41 jogos consecutivos no Lanus e num campeonato de muito maior exigência, comparativamente com a Liga Sagres. E se, por lá, o consideram sucessor do grande Juan Roman Riquelme, Valeri, caracterizado como organizador de veludo e astúcia rara, fará provavelmente render bem o seu tempo de intervalo competitivo e insinuar-se, totalmente, à estrada da fama, pois não nasceu para ficar demasiado tempo à sombra.
De mais a mais, o FC Porto, sabendo-se muito bem servido de médios mas confiando no seu valor, pagou forte pelo empréstimo de dois anos: 2,3 milhões de euros, com opção de compra fixada em 6,7 milhões. Queri dizer: Valeri vale 9 milhões de euros, o que, objectivamente faz ou fará dele a 'contratação' mais cara da temporada.

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